top of page

PRIMEIRA TÓPICA FREUDIANA

PRIMEIRA TÓPICA FREUDIANA

A PRIMEIRA TÓPICA FREUDIANA se inicia em 1895, com a obra "Estudo sobre Histeria", até 1923, com a obra "O Ego e o Id", onde começa a segunda tópica do autor. As duas fases são complementares, como afirma o próprio Freud em "Esboço de Psicanálise", capítulo IV.

 

 

 

 

Não é novidade para nenhum de nós que Sigmund Freud utilizou-se da relação interpessoal entre ele e seus pacientes para que pudesse se desenvolver sua teoria psicanalítica.

Quando Freud passou a questionar seus dados, retirados dos eventos que obtinha, a partir deste ponto era preciso interpretar de modo teórico o que era colhido na prática. Fez-se necessária a criação de conjuntos de modelos conceituais que os explicassem. Estes conjuntos de modelos conceituais foram chamados de Metapsicologia.

 A Metapsicologia envolve a fixação de um aparelho psíquico, a teoria do recalque, a teoria das pulsões, dentre outras desenvolvidas por Freud.

Estes modelos conceituais que constituem a Metapsicologia são divididos em três modelos: tópico, econômico e dinâmico.

 

 

 

 

 

Em 1900, Freud introduziu a noção de aparelho psíquico, e o caracterizou como um sistema articulador de lugares virtuais, ordenando os elementos ópticos de maneira sucessiva como se fosse um telescópio, ou um microscópio.

A topografia do aparelho psíquico seria estruturada por padrões, transições entre suas partes, começando pelo sistema perceptivo-consciente, acompanhado em sequência pelos traços mnemônicos, o inconsciente, o pré-consciente, e, por último, a extremidade motora.

 

SISTEMA PERCEPTIVO/ CONSCIENTE:

As nossas informações todas seriam captadas por este sistema, tanto as informações interiores quanto as exteriores.O sistema perceptivo, ou perceptivo-consciente, ou apenas consciente, possui uma localização periférica no nosso aparelho psíquico. Nossa consciência é considerada por obter um ato momentâneo, fugaz e por isso não armazena nenhuma informação, ela apenas estaria relacionada à percepção dos estímulos, transformados em informação. Por isso, ela não pode ser classificada como um arquivo. Para que se armazene a informação recebida, o sistema psíquico necessita de MEMÓRIA, que é responsável por guardar os traços mnemônicos. O sistema consciente está envolvido em nossos processos de pensamento, de juízos, e da parte consciente de nossas evocações.

 

PRÉ-CONSCIENTE

O pré-consciente aproxima-se do consciente a nível funcional, e afasta-se do sistema inconsciente. Inclusive, há uma censura importante entre o pré-consciente e o inconsciente, chamada de interdição. Essa interdição é responsável por impedir que os estímulos inconscientes passem para o consciente através do caminho pré-consciente. Essa característica da interdição fez com que Freud se interessasse na interpretação dos sonhos pois, quando dormimos, esta censura chamada de interdição se reduz. O pré-consciente é acessível por nossa vontade, o que o diferencia do inconsciente, que é inacessível.

Nosso pré-consciente apresenta as representações de palavra, que é a memória de nossas palavras ouvidas. Já em nosso inconsciente, temos a marca mnemônica dos processos visuais, por isso, chamadas de representações de coisa. Para que as representações de coisa passem para nosso consciente, elas devem se associar às representações de palavra, que estão presentes em nosso pré-consciente.

 

INCONSCIENTE:

O inconsciente é a região mais arcaica de nosso aparelho psíquico. Lá, estão as representações de coisa, representações ideativas ou traços mnemônicos, que são percepções antigas marcadas em nossa memória. Apenas chegamos a elas a partir dos sonhos.

Os sonhos apresentam dois mecanismos de produção: o deslocamento e a condensação. O deslocamento constitui a capacidade de transferir energia de uma representação que esteja muito carregada para outra ou outras representações. Pelo deslocamento, possibilita-se a condensação, que é a soma de duas ou mais representações. Por isso, o sonho possui dois tipos de conteúdo, o conteúdo manifesto e o conteúdo simbólico. O conteúdo manifesto apresenta o sonho por si só, e o conteúdo simbólico apresenta o significado, feito apenas pelo analista que exclui as deformações do processo, a partir da transferência. O caminho dos sonhos é  inverso ao caminho feito por nosso aparelho psíquico, pois ele transforma uma ideia em uma imagem visual.  Por isso, os sonhos são realizações alucinatórias de desejos.

O inconsciente é formado pelas representações de coisa associados às energias provenientes das pulsões. Estas representações são caracterizadas por constante deslocamento e descarga. Este deslocamento fácil das energias e suas condensações são o que chamamos de processo primário.

Já no pré-consciente, possuímos o processo secundário, onde a energia psíquica encontra-se ligada, mais concentrada.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Neste modelo, segundo Freud, encontramos o Princípio da Constância, os Processos primário e secundário, o Princípio do Prazer e o Princípio da Realidade.

De acordo com o princípio da constância, o aparelho psíquico tende a manter a quantidade de excitações a um nível basal, mais baixo possível, e de maneira constante de acordo com o trabalho que esteja realizando. O nível de excitação é mantido pela descarga de energia existente no aparelho psíquico ou então se protegendo de novos aumentos ou afluxos de excitação. Este princípio é análogo à homeostasia biológica.

O processo primário está presente no inconsciente, onde a energia psíquica flui livremente, assim como as representações de coisa, que se deslocam e se condensam. Quando há a condensação de representações, duas ou mais, há um investimento maior por virtude desta condensação. É quando surge um desejo repentinamente, que deve ser satisfeito. O processo primário é dominado pelo príncipio do prazer.

O processo secundário está presente no pré-consciente, onde a energia psíquica encontra-se fortemente ligada, e por isso, concentrada. São energias mais permanentes e mais estáveis, por isso, podem ser adiadas para que ocorra sua satisfação. O processo secundário é dominado pelo Princípio da Realidade.

Notamos que a tendência do aparelho psíquico é evitar, de qualquer maneira, o desprazer. O prazer é proporcionado quando reduzimos ao mínimo a tensão energética. Vemos que na idade tenra, nos primórdios, esse princípio impera, pois as excitações devem ser descarregadas quase instantaneamente, como vemos em uma criança, com a qual não se pode negociar quando está faminta, pois irrompe a chorar e só interrompe este ato quando é satisfeita a sua necessidade.

O contato que a criança possui com a mãe, que é a chave da realidade para o bebê, é a causa de o princípio do prazer evoluir, em parte, para o princípio da realidade. O ideal é que esta transição seja de maneira gradual, onde passa-se a interpretar a realidade de maneira prazerosa.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O processo dinâmico é estudado de acordo com a pulsão, os objetos e a sexualidade.

Os estímulos são eventos que pressionam o aparelho psíquico. Eles podem ser externos ou internos. Os estímulos externos podem ser afastados pelos movimentos musculares, atividade motora. Mas os estímulos internos não podem ser afastados por simples ação motora.

Os estímulos internos, chamamos de instintos ou pulsões. Os instintos seriam fixos e relacionados à características da espécie, hereditárias. Mas as pulsões seriam caracterizados como um fronteira entre o mental e o somático, pois seriam estímulos oriundos de dentro do corpo, e que cobrariam à mente um trabalho como consequência dela estar ligada a ele.

A Fonte de uma pulsão seria o processo somático, que causaria o impulso na mente e que seria representado como um instinto na vida mental.

A Pressão de um instinto é a relação entre seu fator motor, ou quantidade de força ou medida de exigência de trabalho que ela representa. Por isso, todo instinto causa uma atividade.

A Finalidade de um instinto é a satisfação do desejo, que só pode ser obtida com a eliminação do estímulo na fonte do instinto.

O Objeto de um instinto, que é o componente mais variável do instinto, é onde se despeja a finalidade do instinto, ou seja, onde se satisfaz o desejo. Pode ser externo, pode ser uma parte do corpo. Vemos o auto-erotismo da criança que chupa seu próprio dedo, como exemplo de objeto sendo parte de seu corpo. Há também o Narcísico, que se ama através da relação de um objeto externo.

Na obra de Freud, encontramos três etapas em relação à evolução dos entendimentos das pulsões.

A PRIMEIRA ETAPA apresenta a contradição entre as Pulsões de autopreservação, conhecidas como Pulsões de necessidade também, e as Pulsões sexuais. Esta etapa apresenta o conceito de anaclisia, ou apoio, onde as pulsões sexuais se apoiam nas pulsões de autopreservação, para serem descarregadas.

NA SEGUNDA ETAPA, Freud introduz o conceito de narcisismo, onde há a dualidade entre a libido do ego e a libido do objeto. Quanto mais se investe em uma, menos se investe na outra. Em um extremo, vemos o exemplo do apaixonado, que despeja toda a sua libido em seu objeto, que seria a transferência de sua libido para outra pessoa. No outro extremo, vemos o psicótico paranoico, que projeta toda a sua energia em si mesmo, e que interpreta todas as ameaças contra si próprio, demonstrando uma dificuldade de transferência de sua libido.

NA TERCEIRA ETAPA, Freud opõe as pulsões de vida e as pulsões de morte. As pulsões de vida estão relacionadas à pulsão de autopreservação, ou de necessidades. A pulsão de morte seria a energia que volveria o ser para o seu estado anorgânico, que no início seriam conduzidas interiormente, como atividade autodestruidora, e posteriormente, para o exterior, conduzindo para uma atividade agressiva.

A METAPSICOLOGIA

O MODELO TOPOGRÁFICO

O MODELO ECONÔMICO

O MODELO DINÂMICO

bottom of page